20/07/2022

Resenha Literária
Samantha Sweet, executiva do lar
Sophie Kinsella


Autor(a): Sophie Kinsella | Título Original: The Undomestic Goddess | Editora: Record
Ano: 2007 | Páginas: 510 | Skoob: Adicione | Compre: Amazon
Samantha Sweet, Executiva do LarSinopse: Samantha Sweet é uma advogada poderosa em Londres. Trabalha dia e noite, não tem vida social e só se preocupa em ser aceita como a nova sócia do escritório. Ela está acostumada a trabalhar sob pressão, sentindo a adrenalina correr pelas veias. Até que um dia... comete uma grande mancada. Um erro tão gigantesco que pode destruir sua carreira. Samantha desmorona, foge do escritório, entra no primeiro trem que vê e vai parar no meio do nada. Ao pedir informação em uma linda mansão, é confundida com uma candidata a doméstica e lhe oferecem o emprego. Os patrões não fazem ideia de que contrataram uma advogada formada em Cambridge, com QI de 158, e que não tem a menor noção de como ligar um forno! O caos se instala quando Samantha luta com a máquina de lavar... a tábua de passar roupa... e tenta fazer cordon bleu para o jantar... Mas talvez não seja tão incapaz como doméstica quanto imagina. Talvez, com alguma ajuda, ela possa até fingir. Será que seus patrões descobrirão que sua empregada é de fato uma advogada de alto nível? Será que a antiga vida de Samantha irá alcançá-la? E, mesmo se isso acontecer, será que ela vai querer de volta? A história de uma mulher que precisa diminuir o ritmo. Encontrar-se. Apaixonar-se. E descobrir para que serve um ferro de passar.
Escolhi esse livro para ser minha primeira leitura de 2022 por se tratar de uma história que eu queria conhecer a muito tempo devido as boas recomendações que já ouvi sobre. Muita gente o considera, inclusive, o melhor livro da Sophie Kinsella. Então, após ler "Mas Tem Que Ser Mesmo Para Sempre?" (confira a resenha aqui), fiquei com ainda mais vontade de conhecer o livro protagonizado por Samantha Sweet, que é uma das obras mais famosas da autora. Nem preciso dizer como as expectativas estavam altíssimas, né?!

Imagem: Freepik

A história em si me prendeu muito. Principalmente as partes em que Samantha está em Londres, advogando. Não sei porque, mas a vida agitada de uma mulher de negócios, a tensão em fechar contratos importantes e a bagunça da cidade prendeu mais minha atenção do que a parte da história que se passa na mansão de uma pacata cidadezinha do interior. Muitas vezes questionei as escolhas de Samantha, principalmente porque a súbita mudança de vida que a mulher enfrenta a transforma, sim, como em todo chick-lit (coisa que já esperamos). Porém, nesse caso não houve apenas uma evolução da personagem, mas também uma grande regressão em alguns aspectos. Em certa altura me questionei seriamente se a Samantha do final do livro era a mesma do começo: antes séria, racional, madura e decidida e depois indecisa, imatura e impulsiva. Algumas atitudes que ela toma ao longo da trama torna completamente difícil acreditar que no começo era uma prestigiada advogada do centro financeiro de Londres. Acho que foi o primeiro livro do gênero que senti verdadeiramente que a mudança não foi totalmente boa para a personagem. 
"Não consigo fazer isso, Iris. Não posso fingir que sou isso. Não sou padeira, certo? Não sou uma rainha do lar. - Olho o quintal ao redor, desesperada, como se procurasse alguma pista. Não sei mais quem sou. Não faço a mínima ideia."

"Não se critique por não saber todas as respostas. Nem sempre sabemos quem somos. Não é preciso ter o quadro geral, nem saber onde estamos indo. Algumas vezes basta saber o que fazer em seguida."

"Não quero ser uma pessoa que não olha pela janela."
Samantha não se tornou, nem de longe, uma das minhas personagens favoritas. Não ri nem gargalhei, como muitos dizem ter feito durante a leitura. Por causa dos comentários que tinha lido, eu esperava achar o livro muitíssimo engraçado como muita gente achou. Mas, em minha opinião, é uma leitura divertidinha, sim, mas não além disso. Apesar de ter dado a mesma nota para os dois livros que li da autora, ainda prefiro Sylvie, a personagem de "Mas Tem Que Ser Mesmo Para Sempre?", além de ter achado o livro dela mais enraçado.

Imagem: Freepik

Sobre os personagens secundários, achei todos meio fracos, principalmente os da versão "Samantha Empreguete". Não consegui sentir a consideração por eles que a autora tentou desenvolver no leitor. Além, disso, não senti nenhuma empatia pelo interesse romântico. Apesar de o livro ser longo, faltou melhor desenvolvimento desses personagens. O romance que surge muda o desenrolar da história, mas é raso, desenvolvido puramente sobre atração física e sem muita química. Não deu para sentir o casal se formar, sabe? Não deu para sentir o amor florescer. Foi extremamente rápido, forçado e sem sentido, de forma que eu não consegui, em nenhum momento, torcer para os dois ficarem juntos.

Confesso que eu já imaginava a reviravolta que aconteceria e previ o final, e o que achei curioso é que toda a razão que Samantha perde, toda a ilusão que ela começa a viver é quebrada por um certo personagem, que dá um chacoalhão de realidade nela. Não havia um caminho certo e um caminho errado, apesar de um ser mais racional e maduro e o outro mais emocional e impulsivo. Mas há uma escolha da personagem, que sabe o que está fazendo pois tem o vislumbre de suas possiblidades e até outro personagem para alertá-la.
"Samantha parece ter abandonado os sentidos (...) a tensão da situação a faz passar dos limites. Quem sabe que passo impensado dará agora?"
Apesar dos pesares, foi um livro bom para passar o tempo. Uma coisa não posso negar: a narrativa da Sophie é sempre muito gostosinha, fluida. Só acho contraditório o livro ser tão extenso e os personagens não terem sido tão bem desenvolvidos. Não acho que seja o melhor da autora.


Esperava gostar bem mais. Três novelinhos para a Samantha.

OBS.: Contém uma ou mais cenas picantes.



Samantha Sweet,
Executiva do Lar
Sophie Kinsella



Sobre a autora

Sophie Kinsella
 Sophie Kinsella
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Madeleine Sophie Townley, conhecida como Sophie Kinsella, é uma escritora britânica. Cursou um ano de Música antes de trocar de curso e se graduar em "Política, filosofia e economia" pela New College, Oxford. Sob o nome Madeleine Wickham, lançou seu primeiro romance intitulado "The Tennis Party" e publicou sete livros, dos quais apenas três foram traduzidos para o português. Em 2000, enviou anonimamente para a própria editora na qual já havia publicado, sob o pseudônimo Sophie Kinsella, o primeiro volume da Série Becky Bloom, "Os Delírios de Consumo de Becky Bloom", que foi lançado e se tornou um sucesso. Só em 2003, com o lançamento de "O Segredo de Emma Corrigan", revelou sua verdadeira identidade. Desde então, seus livros já venderam mais de 40 milhões de cópias no mundo inteiro e foram traduzidos para mais de 40 idiomas.

Au revoir ♡

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